
O empresário homossexual Justo Favaretto Neto, de 48 anos, disse nesta quinta-feira (21) à reportagem do G1 ter medo de algum tipo de vingança. Em meados de janeiro, um jovem de 27 anos da cidade de Pontal, a 351 km de São Paulo, foi multado em quase R$ 15 mil pela Secretaria de Justiça do Estado por ter chamado Favaretto de “veado”. Essa foi a primeira vez que a secretaria aplicou a multa desde que a lei estadual 10948/2001, que pune manifestações discriminatórias contra homossexuais, foi criada. “Tenho medo de vingança, mas alguém tem que fazer alguma coisa. É lógico que eu não quero que aconteça nada comigo, mas a sociedade é muito homofóbica, muito preconceituosa. As pessoas sabendo que podem ser mexidas, principalmente no bolso, por causa disso podem se inibir um pouco de tomar essas atitudes”, diz o empresário. A decisão da Secretaria de Justiça de São Paulo foi decretada em 15 de janeiro. O jovem réu será obrigado a pagar uma multa no valor de mil Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESPs), o que equivale a R$ 14.880. Ele foi punido por no dia 18 de novembro de 2006 ter agredido moralmente e fisicamente o empresário. Favaretto conta que por volta do meio-dia daquela data, havia parado num posto de combustível de Pontal para abastecer. Em seguida, ele levou o carro para o lava-jato e seguiu para a loja de conveniência do local quando ouviu o jovem. O rapaz estava com um grupo de amigos e começou a fazer “gracejos”. “Ele me chamou de veadinho e começou a desmunhecar. Perguntei se ele estava falando comigo. Ele continuou me xingando e eu disse que ia chamar a polícia. Aí ele jogou uma latinha de cerveja em mim”, conta o homossexual. Segundo Favaretto, a lata não chegou a atingi-lo, mas o jovem se aproximou e deu um tapa em seu rosto. “Não foi com força, para machucar. Foi para me intimidar e mostrar que ele podia fazer pior. Ele tinha uns 2 m de altura. Eu tenho só 1,60 m”. Favaretto disse que pegou o celular e chamou a polícia. "Pouco depois os agentes chegaram e o jovem continuou me humilhando." O empresário conta que dois dias depois registrou queixa na delegacia e abriu processo no fórum local. Os policiais foram testemunhas no caso.
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